A implantação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e seus reflexos no meio empresarial foram discutidas na tarde desta terça-feira (29), na live promovida pelo SESCON-RS, no YouTube. “Passados seis meses de pandemia, conseguimos ver a evolução dos colegas e a sua capacidade de adaptação para o momento que estamos vivenciando”, disse o presidente da entidade, Célio Levandovski, ao abrir a transmissão do I Encontro Virtual F5 Atualizando Conhecimentos.

Ao dar início no primeiro painel, o sócio de auditoria da Baker Tilly, Sérgio Fioravanti, destacou que a LGPD é um tema que vem sendo provocado nos conselhos pelas auditorias, para que as empresas, de um modo geral, possam se adaptar. “Então, hoje, sabemos que os dados pessoais são capturados, trabalhados, utilizados e, em algum momento, eles devem ser descartados”, disse, acrescentando que, “para isso, temos questões de aspectos jurídicos envolvidos e TI.”

Na sequência, o especialista na legislação do preço de transferência e avaliação de controles internos, Marcelo de Vargas Gais, afirmou que há duas visões sobre a nova legislação: uma de que a LGPD trouxe mais trabalho, mas, por outro lado, também trouxe oportunidades. “Há multas para as empresas, mas há melhorias, pois há o levantamento de processos”, explicou.

Ele ressaltou a necessidade de adoção imediata de medidas pelas empresas e entidades em relação à LGPD, já que a legislação já está em vigor desde o último dia 18 de setembro.

Já o especialista em Tecnologia de Redes, André Palácios, abordou o papel da Tecnologia da Informação nas organizações. “A TI é um dos pilares da LGPD, pois ela é responsável pela sustentação da estrutura”, explicou.
Ele citou pesquisa da Serasa Experian, que ouviu mais de 500 executivos de empresas brasileiras, e apontou que 85% das companhias ainda não estão preparadas para atender a lei. “Faz-se necessário, antes, não só alterar políticas e estruturas de TI em proteção de dados, segurança e armazenamento, mas também realizar uma mudança organizacional e de mindset”, orientou Palácios.

Ao finalizar o debate sobre o tema, o diretor da Fenacon, Diogo Chamun, lembrou a necessidade de os contratos de prestação de serviços − firmados a partir de 14 de agosto − conterem adequações à LGPD. “Para as empresas contábeis, temos vários termos: termos de consentimento para clientes, colaboradores, fornecedores; todos para poder se adequar às normas da lei”, elencou.

Ele salientou ainda a importância da observância às normas, especialmente para as empresas do segmento contábil. “Nós, empresas contábeis, somos responsáveis pelos dados que recebemos dos clientes. Mas temos um time de colaboradores trabalhando com essas informações. E como fazem parte deste processo, têm que estar capacitados e conscientes das consequências destas normas”, frisou Chamun ao falar sobre o sigilo de dados.

O evento contou ainda com a apresentação do tema “Mundo Novo – Mentalidade Nova”, pela trainer em Programação Neurolinguística, Mileine Vargas.

Ao final do encontro, as diretoras do SESCON-RS, Patrícia Arruda e Lúcia Hass, entregaram certificados aos participantes pela realização das palestras.