No dia 14 de setembro, 19h, o SESCON-RS irá oferecer um símbolo da culinária gaúcha para mostrar o peso da carga tributária em insumos básicos da mesa do brasileiro.

O arroz carreteiro traz em seus ingredientes uma tributação que poderá atingir 141,77% quando chegar ao prato da população. “É um exemplo de quanto a nossa tributação, em produtos básicos, usados no dia-dia, têm penalizado a sociedade, retirando seu poder de compra e de consumo, inclusive dos mais vulneráveis”, refletiu o presidente do SESCON-RS Flávio Ribeiro Júnior.

A entidade, que representa os empresários contábeis e de serviços no Estado promoverá durante a Semana Farroupilha, a 4ª edição do Carreteiro Tributário, onde será oferecida, a tradicional culinária gaúcha, em recipiente que dá alusão a carga tributária dos seus ingredientes. Com entrada gratuita, o evento acontece no Galpão da Prefeitura de Porto Alegre, no Acampamento Farroupilha, piquete nº 200, a partir das 19h.

Para o presidente do SESCON-RS, “o objetivo do Carreteiro Tributário é conscientizar a importância sobre o pagamento dos impostos, mesmo que de forma indireta, através do consumo de produtos, como é o caso do nosso carreteiro”, afirmou.

No evento, será servido, até 200 unidades, no formato menu degustação, a carga tributária chega aos 141,77% na soma de todos os itens da receita tradicional: arroz (17,24%), cebola (15,83%), tomate (16,84%), carne (29%) ou charque (30%), óleo de cozinha (22,79%) e sal (15,05%).

Carga tributária no Brasil

De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), foi constatado que os brasileiros estão trabalhando quase o dobro de horas em 2023 para cumprir com suas obrigações tributárias, em comparação com as décadas de 1980 e 1970.

Os dados revelados pela pesquisa mostram que o contribuinte médio precisou se dedicar até o dia 27 de maio, ou seja, 147 dias, exclusivamente para quitar seus impostos. O número atual de 147 dias destinados ao pagamento de impostos é menor em comparação ao ano anterior, quando o período correspondente era de 149 dias. Essa tendência de diminuição vem sendo observada desde 2019, quando o indicador atingiu seu ponto máximo de 153 dias ao longo de quatro anos, dedicados exclusivamente ao pagamento de impostos.

Nos anos de 2020 e 2021, o total de dias também foi de 149, sendo influenciado, de acordo com o IBPT, pelos impactos econômicos da pandemia de Covid-19.

A carga tributária brasileira foi de 33,71% em 2022, de acordo com o Tesouro Nacional. Do total, 22,78% são tributos federais, 8,59% estaduais, e 2,34% municipais.

2 trilhões de impostos

O painel do “Impostômetro”, localizado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que mede o valor pago pelos brasileiros em tributos às esferas federal, estadual e municipal, alcançou no dia 30 de agosto, às 21h15, a marca de R$ 2 trilhões pagos desde o início de 2023. O dispositivo contabiliza impostos, juros, correção monetária e até mesmo multas.

No ano passado, em comparação, essa quantia foi atingida duas semanas depois, em 14 de setembro, o que se deve, em parte, ao acúmulo da inflação durante o período, de acordo com o economista-chefe da ACSP, Marcel Solimeo. As medidas de desoneração, que ajudaram a atenuar a alta da inflação, não foram suficientes para combater o crescimento dos preços dos produtos e, consequentemente, a arrecadação tributária.

Guto Moisés

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