SESCON-RS - Presidente Diogo Chamun5a

A origem da palavra Meritocracia vem do latim (meritum = mérito) e do sufixo grego antigo κρατία/cracia que significa poder. É um sistema de gestão que considera o mérito como a razão principal para se atingir posições de topo. Embora o sufixo “cracia” sugira um sistema de governo, ela possui, um sentido mais amplo. Em organizações, pode ser uma forma de recompensa por esforços, e é nesse sentido que quero explorar na dinâmica dos serviços prestados pelos governos.

Não é justo generalizar, mas a qualidade e a eficácia do serviço público é, via de regra, de baixa qualidade. Temos diversos processos que são morosos e fragmentados. A resposta para essa dinâmica parece óbvia, porque o servidor vai atender vinte processos num dia, para ganhar a mesma coisa caso atenda apenas cinco? Ou porque caprichar para a tarefa sair com mais qualidade se não ganha nada por isso? Infelizmente a garantia de emprego e a remuneração fixa trazem um conformismo totalmente contrário a produtividade, delegando ao perfil empreendedor do servidor a agilidade e qualidade do serviço.

Historicamente os trabalhadores brasileiros são menos produtivos que a maioria dos trabalhadores de outros países. Para se ter uma ideia, um americano produz quatro vezes mais e o chileno duas vezes mais que o brasileiro. Precisamos urgentemente alterar a estrutura dos serviços públicos visando uma melhor entrega e vinculando a produtividade na remuneração. Sabemos que dependemos da mudança de legislação, mas precisamos dar o “pontapé” inicial, sob pena de dificultar ainda mais o empreendedorismo e por consequência a retomada do crescimento.

É possível levar a meritocracia para o serviço público? Sim! Basta que as regras fiquem bem definidas, a partir de uma legislação clara.  Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria ano passado apontou que a proporção de brasileiros que acreditam que pagam caro por serviços públicos ruins é cada vez maior. Considerado a quantidade de impostos pagos no país, 90% dizem que os serviços deveriam ser mais efetivos. Em 2013, o volume era de 83%, e em 2010, de 81%. Portanto, a insatisfação é crescente.

Construir um plano justo de desenvolvimento profissional, baseado na meritocracia, é a saída para, finalmente, termos serviços públicos de qualidade.

 

DIOGO CHAMUN
Presidente do SESCON-RS