Imagem e reputação são termos amplamente debatidos e fundamentados pelos profissionais de comunicação e marketing. Mas essa denominação não é objeto de análise somente desse grupo de especialistas. A credibilidade de uma pessoa, de uma empresa e de um país surge a partir de uma boa reputação e pode ser medida por qualquer cidadão, do mais humilde ao mais abastado.

E sob esse prisma, o Brasil tenta se recuperar de uma crise sem precedentes.  Passamos por dois anos de decréscimo no PIB na ordem de 6%, acompanhado de um índice de desemprego assustador, porém nesse momento a economia sinaliza uma recuperação, tímida, mas positiva.

Nosso país é continental com potencial invejável por todos. Temos uma incrível área rural produtiva, que nos destaca no cenário internacional em termos de produção agrícola e pecuária. Da mesma forma, somos fortes na indústria e no setor de serviços e, mesmo com a crise, ainda figuramos entre as dez maiores economias do planeta.

Porém, nem tudo são flores. Em contrapartida temos um modelo tributário extremamente complexo, que torna dispendioso seu cumprimento e afasta investidores estrangeiros. Também carecemos de mão de obra produtiva. Para se ter ideia, precisamos de quatro brasileiros para obter o desempenho de um alemão ou um americano. Se pegarmos exemplos latino-americanos, a comparação também nos desfavorece. Precisamos de dois brasileiros para atingir a mesma produção de um chileno.

Além disso, somos recordistas de corrupção e carregamos um sentimento quase generalizado de “levar vantagem em tudo”, jargão que ficou imortalizado nos anos 70 com a propaganda de um cigarro feita por um craque da seleção canarinho. E aqui chegamos na questão da imagem e reputação.

A imagem é percepção que temos de um fato, seja ele positivo ou negativo. Já a reputação de uma pessoa, de uma empresa, de uma nação é construída ao longo do tempo, por meio de inúmeras percepções de imagem. Hoje, o Brasil vive uma crise de reputação, o que afeta sua credibilidade e atrasa a retomada do seu crescimento. 

Com todas essas características, positivas e negativas, nosso país beira a recuperação da economia, que só não é mais rápida devido as notícias negativas vindas de Brasília.

Nós não deixamos o nosso país crescer. Somos os responsáveis pela crise de reputação. O ano de 2018 bate à nossa porta e ele será emblemático. Há eleições à vista e nós, brasileiros, seremos responsáveis por escolhas que irão impactar, primeiro na imagem e depois em nossa reputação. Pagamos alto custo pela nossa falta de credibilidade, decorrente da corrupção, que tem no seu centro a danosa dinâmica em que interesse próprio sobrepõe o comum. Precisamos focar na educação e plantar uma semente de ética e civismo nas nossas crianças, para que possamos colher os frutos nas próximas gerações. 

DIOGO CHAMUN
Presidente do SESCON-RS